Sábado 12/11/05


Comentário de Carlos Quadros às 07:50 a.m.
O ensino esquecido..

Mais uma vez, o Brasil aparece mal nas avaliações sobre a qualidade do ensino que ministra às suas crianças. O relatório global divulgado nesta semana pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) situa-nos em 85.º lugar num ranking de 121 países – abaixo de Zâmbia e Senegal, duas das mais pobres nações da África – quando se trata, por exemplo, de fazer que nossos estudantes consigam chegar à 5.ª série do ensino fundamental e com condições de compreender o que lêem e o que é ensinado.
Por causa dessa realidade, a Unesco inclui o Brasil num grupo de 20 países que dificilmente conseguirão cumprir, na área da educação, o que ficou estabelecido nas Metas do Milênio – documento firmado na ONU em 2000 e que estabelece um conjunto de objetivos de desenvolvimento social, ambiental e econômico Ou seja, os organismos internacionais que monitoram o sistema de ensino brasileiro já não acreditam que tenhamos condições de alcançar o êxito com o qual nos comprometemos no prazo determinado.
A qualidade de educação é aferida pela Unesco pela medida de permanência das crianças até a 5.ª série. É o critério que mais empurra o Brasil para baixo. A repetência é a maior da América Latina e a quantidade de horas diárias que as crianças passam na escola é insuficiente. A Unesco considera que o tempo mínimo ideal em sala de aula é de 5 horas por dia – mas no Brasil nossas crianças não ficam mais do que 4 horas. A repetência chega a 25% entre os meninos e a evasão ultrapassa 30% até a 5.ª série.
Este conjunto de fatores faz com que 60% dos alunos cheguem à 4.ª série do fundamental sem desenvolverem competências elementares de leitura; 52% deles demonstram profundas deficiências em matemática. Em sentido inverso, apenas cerca de 5% das crianças chegam a esse nível do ensino apresentando desempenho compatível. Estes são os principais parâmetros que demonstram o vergonhoso disparate da qualidade da educação que se proporciona no país.
Porque resolvi dividir com vocês esta notícia? . O Brasil pode não gastar pouco em educação. Além de gastar pouco, ainda gasta mal. Fui pesquisar é descobri que os governos federal, estaduais e municipais gastam juntos R$ 30 bilhões no ensino básico para atender a 4 milhões de estudantes, e R$ 15 bilhões no ensino superior, onde estão matriculados 4 milhões de alunos. Se considerarmos que 90% dos alunos do básico estão na escola pública e 20% dos universitários estão matriculados em instituições estatais, a conta fica impressionante: o governo gasta R$ 17 mil com cada universitário e apenas R$ 790 por alunos do básico!
A distorção é muito gritante. Discute-se reforma universitária, debate-se sistema de cotas para ingresso no ensino superior. Enquanto isso, o ensino básico permanece esquecido. Com este enfoque e com esta visível inversão de prioridades, jamais se resolverá o problema da qualidade da nossa educação. E o Brasil continuará ocupando sempre as últimas posições em quaisquer .
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Nota Quentes:
- A escolha da Imperatriz e das Damas de Honra da Fenavinho 2007 será a principal atração do final de semana em Bento Gonçalves./ O concurso ocorre neste sábado, às 20h, no Ginásio Municipal de Esportes e terá a participação de 28 candidatas./ Elas representam os cinco distritos do município e a sede./ Ao longo desta semana, elas têm encontros diários para ensaios de desfile e do show de abertura A vida, a Terra, a História, com a participação de mais 100 figurantes./ As performances desse espetáculo ainda são mantidas em segredo pela organização, mas já se sabe que retratarão episódios da mitologia de Bacco, o Deus do Vinho./ A entrada só é permitida mediante apresentação de um convite especial./ Para adquiri-lo, basta ligar para a Central de Atendimento da Fenavinho, no telefone (54) 451.7500.///
-Metade do orçamento 2006 é para rolar dívida pública
Arrecadação federal estimada para o próximo ano é 8% superior à de 2005. De todos os gastos previstos para o ano que vem, 49,73%, ou 835 bilhões de reais, serão usados para rolar a dívida pública. Os investimentos das empresas estatais não vão chegar a 42 bilhões de reais, cerca de 2,5% do orçamento.
O valor total da proposta orçamentária para 2006 é de 1,679 trilhão de reais, 2,3% acima do orçamento deste ano. A arrecadação federal estimada para o próximo ano é 8% superior à de 2005, atingindo 347,4 bilhões de reais. A relatório preliminar do deputado Carlito Merss (PT-SC) foi aprovado nesta quinta-feira (10/11) pela Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização do Congresso. Para conseguir um acordo para a votação, o relator ampliou para 5 milhões de reais o valor global das emendas que cada parlamentar poderá fazer, até 25 de novembro, para atender suas bases eleitorais.
A votação do relatório definitivo do Orçamento será feita em 13 de dezembro.
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Milan Tomic

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