Tanta gente preocupada com os filhos. E com razão. Filho pequeno dá um trabalhão. E quando crescem, aí é que o trabalho aumenta. E a preocupação também.

Alguém me disse que o homem cumpre três funções básicas ao longo da vida: amante, reprodutor e provedor. Aos 45 anos, pai de um adolescente – com 16 anos –, descobri uma quarta tarefa: transportador.

A cada final de semana, e nas férias também nos dias úteis, circulo pela madrugada para buscar a gurizada nas baladas. Apesar do pouco sono, trata-se de uma tarefa gratificante.

Aprendi que o contato com meu filho nestes momentos é fundamental para o acompanhamento desta fase tão conturbada, além de permitir o conhecimento dos amigos e conferir se a formação ministrada por nós, pais, se consolidou.

O hábito de os colegas passarem lá em casa ajuda a descobrir a personalidade e os hábitos familiares dos visitantes. É um exercício gratificante, mas há momentos de lamentar o descaso com que estes jovens foram criados.

Já houve caso de coleguinhas que ficam na balada até o dia amanhecer. Não tem limites, podem voltar a hora que quiser. Não precisam dizer com que estiveram a que horas e como irão voltar para casa.

Hoje a escola é um lugar onde a gurizada recebe educação, conhecimento, cultura e princípios de convivência social. Pobres professores, que além de tudo enfrentam a omissão familiar.

Alcoolismo, em idade cada vez mais precoce parece ser uma fuga familiar. Acho que alguns pais não tem noção de quanto seus filhos bebem fora de casa.

Nesta hora se constata que é a carência de carinho, de cumplicidade sadia, de atenção e, não raro, de um ombro para chorar e ter o consolo poucas vezes observado em seus lares.

Aos pais de primeira viagem costumo repetir que a eficiência dos conselhos se esgota por volta dos 12 anos. A partir daí, os filhos caminham com suas próprias pernas com base naquilo que ensinamos. De nada adianta cobrar ética, decência e respeito se dentro de casa nós, responsáveis e conselheiros, não somos bons exemplos.

Na rua tem-se a sensação de que eles estão totalmente desprotegidos. Fora de casa parecem abandonados porque não haverá autoridade alguma, conselheiro algum e qualquer outro adulto que irá zelar por eles.

Neste final de semana, milhares de jovens estarão reunidos em evento musical no litoral. Evento que já apregoou em sua propaganda “Quem nunca ficou com vergonha de encontrar os pais quando estava com os amigos em qualquer lugar que não seja sua casa? que, na noite, lugar de pai e mãe é em casa. E o cervejão do planeta? Acho que é apologia ao álcool. Tudo bem que não é só jovens que estarão no evento, mas há mensagens subliminares que servem para incentivar praticas pouco recomendáveis. Como pai tenho preocupações.

Liberdade é essencial para o amadurecimento dos filhos. A autonomia e a liberdade não são frutos do tamanho do sujeito. Nem resultado da idade. Autonomia, responsabilidade e liberdade são frutos da educação que se recebe. Educar para a liberdade. Uma tarefa nada fácil para os pais nos dias de hoje.
----------------------------------------
Tempo de Vindimar

O resultado positivo da safra de uva este ano vai permitir o aumento na fabricação de sucos e vinhos de excelente qualidade. O que será muito bom para todos. Para cantineiros e para produtores. Há na região um perfume de uvas e vinho no ar. Estamos em plena colheita da uva. Uma safra recorde em quantidade. Estima-se algo em torno de 600 milhões de quilos na região. 100 milhões a mais que no ano passado. Fala-se de uma safra este ano espetacular. Uvas com grande grau de maturação, sanidade e teor de açúcar.

E é no final de semana que as colônias parecem ganhar ainda mais vida. As vindimas são um acontecimento social muito significativo. As pessoas, as famílias se reúnem em torno ou embaixo das parreiras para comemorar a colheita. Fazem o merendin, bebem,cantam, celebram, festejam. As mãos ficam da cor do vinho. Ainda é comum os familiares serem “convidados” para ajudar, tanto na apanha da uva, como na entrega. Tem parreiras que estão produzindo pela primeira vez, e aí a festa ainda é maior.

Disseram-me que uma parreira produz em média por cerca de 20 anos. Quando uma parreira nova começa a produzir o produtor sabe que sua produção estará garantida por mais alguns anos. Claro tem parreiras que produzem até por 100 anos, mas aí é algo muito especial.

No Oriente antigo, a videira era vista como uma árvore sagrada ou até mesmo divina. O vinho, dela derivado, era visto como a bebida dos deuses, e nas tradições pagãs simbolizava a juventude e a vida eterna. Hoje a videira ainda provoca sentimentos e simbolismos.

Mas é preciso reconhecer o trabalho dos agricultores. É para eles o meu reconhecimento. O tempo colaborou, é verdade, e premiou os agricultores com uma safra ainda maior. Em 2009 as perdas foram grandes. Teve gente que perdeu mais de 30% da lavoura. Este ano não. Há sorrisos fartos nas cantinas. Os produtores entregam com vigor sua produção. Com alegria, com satisfação. Parabéns!

Se a safra é boa é mérito dos agricultores. Sei que em muitas propriedades houve verdadeiras revoluções. Mudaram tudo, mudaram o jeito de produzir, mudar o modo de cuidar da parreira, adotaram práticas eficientes, novas técnicas, aceitaram a sabedoria dos técnicos, aliaram a experiência dos mais velhos com os estudos dos mais novos. Dos engenheiros agrônomos e dos enólogos. Hoje o produtor tem que ser profissional.

É tempo de vindima, portanto é tempo de reconhecer e valorizar nossos colonos.
-----------------------------------
SHARE

Milan Tomic

Hi. I’m Designer of Blog Magic. I’m CEO/Founder of ThemeXpose. I’m Creative Art Director, Web Designer, UI/UX Designer, Interaction Designer, Industrial Designer, Web Developer, Business Enthusiast, StartUp Enthusiast, Speaker, Writer and Photographer. Inspired to make things looks better.

  • Image
  • Image
  • Image
  • Image
  • Image
    Blogger Comment
    Facebook Comment