Barganha e Governabilidade
O PTB do Rio Grande do Sul reuniu-se no final de semana, em Porto Alegre. Um discurso do deputado federal Sérgio Moraes- aquele conhecido nacionalmente por dizer que “se lixa para a opinião pública”, eletrificou o encontro. Ele acusou a cúpula estadual de monopolizar os cargos cedidos à legenda no governo de Tarso Genro (PT).  

Preterido, Moraes cobra “transparência”. Cobra a divulgação dos nomes dos indicados e dos padrinhos. O deputado estadual Ronaldo Santini não gostou. E contestou o correligionário. O sangue da dupla ferveu. Levantaram-se. E a coisa desandou. 

Essa briga dá a clara ideia do ponto a que pode chegar a fome dos partidos por cargos. Vale para os Estados, para as Prefeituras e também para Brasília.    

O que leva um prefeito, presidente ,governador  a tal atitude? A resposta é simples: a condição de refém que o sistema político brasileiro lhe impõe. Sem maioria parlamentar, não há governabilidade. E essa maioria só se obtém mediante barganha de cargos na administração pública.  

Não havendo reforma política – compromisso que todos os presidentes assumem ao se eleger e descumprem ao governar -, o quadro se manterá neste e nos governos seguintes, seja lá quem esteja no comando. O problema é sistêmico e ignora boas intenções. Exige providências, sempre adiadas – e adiadas por uma razão simples: os beneficiários desse sistema são os mesmos a quem incumbe mudá-lo.

Houve tempo em que se dizia que governar é abrir estradas. Hoje, a máxima é outra: governar é repartir cargos. Quem não souber (ou não quiser) fazê-lo não governa.
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Milan Tomic

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