Novo pacote em Agosto
A presidente Dilma prepara três projetos retumbantes para agosto. Retumbantes para efeitos políticos: redução das tarifas de energia elétrica (já anunciado), diminuição de impostos para as indústrias –o governo abrirá mão de 30 bilhões de reais, segundo informa o jornal Folha de São Paulo na última sexta. O terceiro : privatização de mais aeroportos e também de estradas federais, que passarão à iniciativa privada, ou seja, mais pedágios. As informações foram obtidas quando a presidente falou em Londres na última sexta-feira sobre a indústria automobilística. Dilma chegou a ameaçar suspensão do benefício do IPI para o setor automotivo caso a GM não volte a traz nas demissões anunciadas em uma unidade do interior de SP.

A desoneração para a indústria é bem vida. Mas é preciso que ela seja concreta e não superficial ou seletiva como aconteceu com a desoneração da folha para alguns setores, incluído neles o setor moveleiro.

Desde 2009, quando eclodiu a crise mundial, o governo Lula, e agora o governo Dilma, tomaram medidas acertadas de incentivo à atividade econômica e à proteção do emprego. Nesta conjuntura, a indústria tem sofrido maior impacto, sobretudo em função da baixa competitividade e da invasão de produtos importados. Tem também a questão da desindustrialização e da falta de investimentos.

O governo deu início em 2011 a uma série de medidas para controlar a inflação, manter o câmbio em condições de garantir as exportações, ampliar o acesso ao crédito, reduzir juros, estimular o consumo, além de manter investimentos na rede de proteção social e na infraestrutura do País (PAC). Mas muitas não deram o resultado esperado. Recuperar a indústria pelo protecionismo do crédito subsidiado e de medidas pontuais não me parece ideal.

Aliado a isso, o governo ainda não demonstrou como irá enfrentar a dívida pública. O governo deve para entidades e para a sociedade cerca de R$ 2 trilhões. Um dinheiro que é emprestado para financiar parte dos seus gastos que não são cobertos com a arrecadação de impostos, ou para a gestão financeira. Junte-se a isso a questão da previdência. Enquanto o déficit do INSS, que atende a mais de 20 milhões de aposentados da iniciativa privada, registrou queda em 2011, continuou crescendo o rombo na Previdência do setor público, com um milhão de servidores aposentados.

O déficit no regime do funcionalismo já é superior a R$ 56 bilhões , incluindo civis e militares e deve superar R$ 60 bilhões em 2012.

Então são ações pontuais e não parecem ser política de governo. A indústria é excessivamente tributada no Brasil, comparada com as indústrias estrangeiras. Isso é um problema. Outro é que a indústria tem pouca flexibilidade de comprar insumos de fora por causa dessa política de requisito nacional e das altas tarifas cobradas na entrada de bens de capital e insumos.

É preciso mudar a estrutura de importação, diminuindo os impostos para a compra de bens de capital e componentes. Tornar as indústrias mais produtivas para que se integrem à cadeia mundial e fazer o dever de casa. Economizar e não gastar além da conta.
SHARE

Milan Tomic

Hi. I’m Designer of Blog Magic. I’m CEO/Founder of ThemeXpose. I’m Creative Art Director, Web Designer, UI/UX Designer, Interaction Designer, Industrial Designer, Web Developer, Business Enthusiast, StartUp Enthusiast, Speaker, Writer and Photographer. Inspired to make things looks better.

  • Image
  • Image
  • Image
  • Image
  • Image
    Blogger Comment
    Facebook Comment