Crise derruba indústria e deixa governo em alerta; tombo é de 1% em setembro
Por mais otimista que o governo tente se mostrar, foi grande o baque no Palácio do Planalto com a queda de 1% da produção industrial em setembro, conforme divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado fortaleceu a tese de que a recuperação da economia no terceiro trimestre, quando a indústria cresceu 1%, não se manterá no quarto trimestre nem nos primeiros meses de 2013. Tudo leva a crer que os resultados do Produto Interno Bruto (PIB) serão fracos, não garantindo, ao longo do próximo ano, os 4% de expansão desejados pela presidente Dilma Rousseff.
A decepção do Palácio tem justificativa. As medidas de incentivos anunciadas pelo governo não estão sendo suficientes para promover a recuperação sustentada da economia. Por isso, a recuperação da indústria parece um pouco mais difícil de acontecer nos próximos meses.
A ordem, porém, é continuar alardeando que tudo está bem, que a economia está mais forte, que a confiança do empresariado voltou. O governo acredita que, com esse discurso otimista, convencerá os donos do dinheiro a retomarem projetos de expansão e ampliação de fábricas, mesmo com o agravamento da crise mundial .
Com o recuo de setembro, a produção industrial interrompeu uma sequência de três meses de taxas positivas. A divulgação de resultados também surpreendeu o mercado, que esperava uma queda menor.
O que mais deve preocupar o governo é o fato de a queda na produção ter sido generalizada: 16 dos 27 ramos considerados no cálculo do IBGE caíram, com destaque para o setor de máquinas e equipamentos .
Olhando os dados trimestrais para 2012, percebemos que nenhum setor se recuperou fortemente. Portanto, a situação está difícil e dificulta ainda mais a retomada da economia. Sobretudo porque, produção em baixa não estimula a retomada dos investimentos. Agora olhando localmente, há uma boa recuperação para a indústria da serra. Mesmo sem números oficiais tem setores na região que registram bons pedidos em casa e já há programação de turnos extras nas fábricas. Algo que é normal para a época do ano segundo alguns empresários.
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