O ministro e as empreiteiras
A notícia de que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, andou recebendo advogados de empreiteiras sob investigação na Operação Lava Jato desencadeou muitas desconfianças. O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, pediu a demissão do ministro. O juiz federal Sérgio Moro, que cuida das investigações da Lava Jato, disse ser “intolerável que emissários dos dirigentes presos e das empreiteiras pretendam discutir o processo judicial e as decisões judiciais com autoridades políticas, em total desvirtuamento do devido processo legal”. De fato, é tudo muito estranho.Justamente quando as autoridades precisam colocar ainda mais esforço em conduzir seus assuntos da maneira mais transparente possível, Cardozo não o faz. Realmente importante é saber como o ministro reagiu ao que lhe foi passado: se ouviu demandas razoáveis, ele as atendeu ou as ignorou? Se lhe pediram favores, foram concedidos ou negados? Se recebeu pressão, curvou-se ou resistiu? Tempos complicados estes, em que o governo embaçou tanto as fronteiras entre o certo e o errado que muitos já nem são capazes de encontrar o caminho da moralidade.
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