O governo federal se encarregou de descobrir uma vacina capaz de, ao mesmo tempo, extinguir o mosquito Aedes aegypti e livrar o povo brasileiro dos terríveis vírus que ele transmite, como os da dengue, do zika e da febre chikungunya. Trata-se da CPMF – contribuição provisória que a presidente Dilma Rousseff pretende ressuscitar. A proposta inicial era de que o “imposto do cheque” servisse para debelar o déficit da Previdência Social, mas no último fim de semana o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, mudou o objetivo – agora, segundo ele, é para combater a praga do mosquito. O governo não perde oportunidades para tentar sensibilizar a sociedade a aceitar mais impostos. Cada vez que o país se defronta com dificuldades, sejam elas de naturezas as mais diversas, a primeira defesa do governo para fugir da acusação de descumprimento de suas atividades é pronunciar a escassez de recursos. O mais grave em relação à CPMF é que as justificativas variam ao sabor das conveniências do momento. Primeiro, o tributo teria a função de custear a Previdência; depois, Dilma mudou o discurso: a CPMF era crucial para o país sair da recessão; agora, sem a CPMF não há como combater o Aedes. Ou seja: sem o imposto, o país vai acabar – afinal, dele dependeria a reativação da economia, a melhora das contas da previdência, a contenção do mosquito e sabe-se lá mais o quê.
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