Em abril de 2016, Emmanuel Macron era praticamente desconhecido do público francês ao lançar um novo movimento político, o En Marche! (Em Marcha), dizendo que não era um grupo de esquerda nem de direita. Quatro meses depois, renunciou ao cargo de ministro da Economia e anunciou que concorreria à Presidência da França. Elegeu-se neste domingo (07), pondo uma barreira a onda de populismo. Em pronunciamento após a confirmação do resultado, Macron disse que a França está virando uma nova página em sua história. É verdade. Disputando sua primeira eleição, o centrista uniu autoconfiança, energia e conexões para erguer um movimento que passou por cima de todas as siglas tradicionais do país. A terceira economia da Europa, elegeu o mais jovem presidente, e o primeiro a ser eleito desde 1958. Foi uma vitória expressiva. 65% dos votos, contra 35% da rival Marine Le Pen. Diante de uma abstenção recorde, ele pediu apoio aos franceses para garantir maioria nas eleições legislativas de junho, sem as quais não poderá tocar medidas como a reforma trabalhista. Segundo analistas, a imagem de Macron é de “uma pessoa com afinidade com o projeto europeu”. Ele representa a continuidade, tem uma posição sensata, apesar dos problemas dentro da União Europeia. A vitória expressiva dá à ele legitimidade. O significado dessa eleição presidencial ultrapassa a fronteira da França e sinaliza o fim do ciclo social-democrata na Europa. É também um recado às esquerdas populistas.
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