Afundado em uma das piores crises financeiras, espelhadas na situação do sistema de saúde pública, com filas, unidades em funcionamento irregular, salários atrasados, reclamações, estado de emergência decretado, agora o Rio de Janeiro experimenta o caos político. Em menos de 24 horas dois ex-governadores estão presos. Um por suspeita de compra de votos. Garotinho é suspeito de usar do Chequinho, programa social do governo, para fins eleitoreiros. O outro, preso nesta quinta-feira, é investigado na operação lava-jato. Sérgio Cabral é acusado de liderar um grupo que desviou cerca de R$ 224 milhões em contratos com diversas empreiteiras, dos quais R$ 30 milhões referentes a obras tocadas pela Andrade Gutierrez e a Carioca Engenharia.
Realmente para a população do Rio, que enfrenta a falta do atendimento público básico, como na saúde por exemplo, ser informada de que há dinheiro para financiar a corrupção e a compra de votos é muito revoltante. Tudo o que se sabe, o que pelo menos se desconfiava de Sérgio Cabral, sabe-se há tempos. Cabral teve o tempo e os meios de fazer todos os encobrimentos de seus rastros que seria possível fazer. Mas pensou que estava tudo sob controle. Sua estratégia estava indo bem. Chegou a renunciar para fazer seu sucessor no governo com o propósito de que Pezão administrasse sem dinheiro. Agora, diante do fim, na fogueira que se armou no Rio de janeiro, mais especialmente na Assembleia Legislativa, que vai validar o pacote de Pezão, o ex-governador tem muita responsabilidade pelo combustível que está queimando. Em agosto de 2010, Sérgio Cabral já dizia: "Ganhamos as Olimpíadas, que parecia um sonho impossível. Estamos mudando o Rio". Ele tinha razão, ele já sabia que o Rio ia quebrar, mas na mão de outros. Mais tarde, em novembro do mesmo ano, Cabral declarou: "Ganhamos as Olimpíadas de 2016 não foi para termos 21 dias de alta cobertura de segurança dos convidados. Ganhamos para dar à população do Rio." Cabral festejava porque ia engordar sua conta bancária e financiar seus parceiros com dinheiro público.Sobre Garotinho, dizem lá no Rio, que ele sempre comprou votos. Para sua eleição e de sua família. Só que agora isso dá prisão.
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