O Bolsa Família completou sábado 9 anos.
Quando foi implantado, em 2004, o pagamento para 3,6 milhões de famílias custou R$ 3 bilhões e 600 milhões.
*Cresceu tanto, que neste ano serão gastos 20 bilhões de reais para atender quase 14 milhões de famílias brasileiras pobres, sendo mais da metade (51%) moradores do Nordeste.
O programa é a junção do Bolsa Escola, Auxílio Gás e do Cartão Alimentação num benefício só —chamado de Bolsa Família.
Porque se critica tão duramente as transferências do Estado para as camadas menos privilegiadas da população, deixando de lado o montante considerável de recursos direcionados à classe média e alta? No ano passado, por exemplo, as deduções do imposto de renda relativas a despesas médicas e educacionais da classe média serão da ordem de R$ 8,4 bilhões; as deduções do imposto de renda de pessoa jurídica relativas à assistência médica, odontológica e farmacêutica de empregados chegarão a mais R$ 6,3 bilhões. A renúncia de receitas pelo governo federal alcançou no ano passado R$ 187 bilhões, valor que pela primeira vez supera os gastos somados com saúde, educação e assistência social – R$ 163 bilhões.
Esses números evidenciam dois fatos: em primeiro lugar, que o montante destinado ao Bolsa Família está longe de ser astronômico, como alegam alguns de seus críticos; e, em segundo lugar, que a sociedade brasileira tem alto grau de tolerância à desigualdade. A sociedade aceita que o governo transfira renda às classes mais abastadas e ao setor formal da economia, mas condena que se faça o mesmo para os que estão na base da pirâmide de renda, ainda que em uma escala bem mais modesta.
Portanto não dá para ficar com a análise superficial de que o Bolsa Família é “um programa assistencialista e populista, uma forma legal de compra de votos”. Pode até produzir este resultado nas urnas, mas será que esta é a característica mais relevante em uma análise mais ampla?
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