A engenharia frágil dos estádios da Copa

Em agosto de 2010, a Fifa escolheu o Itaquerão, o estádio do Corinthians a ser erguido na Zona Leste de São Paulo, como uma das sedes da Copa do Mundo de 2014 e palco do jogo de abertura. Mesmo que a abertura da Copa do Mundo de 2014 não aconteça no estádio do Corinthians, o time paulista já está no lucro. E que lucro! Uma arena novinha em folha, totalmente financiada com dinheiro público, parte emprestada, parte dada. Na quarta-feira, um acidente com um guindaste matou dois operários e provocou a paralisação das obras. Resultado de uma engenharia frágil. O que acontece no Itaquerão é o que está acontecendo em boa parte dos estádios da copa pelo Brasil. Seria possível construir grandiosos estádios em três anos? Tudo rapidamente e com dinheiro público? O dinheiro que se gasta com Copa é subtraído de outras áreas e objetivos. Isso vale para todos os governos estaduais e prefeituras de cidades-sede. Todos colocam cada vez mais dinheiro na Copa. A previsão inicial do gastos com o erguimento/reforma de todos os 12 estádios juntos era de aproximadamente R$ 5,1 bilhões. Só que, no momento, já que há seis ainda a serem concluídos, o valor já saltou para cerca de R$ 8,5 bilhões – um aumento de 63%. Não houve debate. Só se pensou naquilo: ganhar a Copa no Maracanã. E muitos governantes garantiram que não colocariam dinheiro em estádios e obras que não fossem permanentes. Agora, estão invertendo as responsabilidades e os compromissos. E nos dizem: “Não queriam a Copa? Então vamos ter de gastar, e rápido, porque já está atrasado”.
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Milan Tomic

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