Dilma contraria tudo o que disse aos brasileiros na sua campanha e na sua vitória. Disse por exemplo que ia "cortar na carne". Faltou dizer na "carne" de quem. A expressão serviria para demonstrar tempos de austeridade e de corte de gastos públicos. Mas ao que parece "cortar na carne" é cortar na "carne do povo". Do cidadão!O ajuste fiscal do governo ignora o enxugamento da máquina pública, preferindo aumentar a arrecadação e reduzir benefícios para os cidadãos.
O pacotaço de Dilma tem aumento conjunto das alíquotas do PIS/Cofins e da Cide (o imposto dos combustíveis), de 9,25% para 11,75% – o resultado prático é um aumento estimado de R$ 0,22 no litro da gasolina e de R$ 0,15 no diesel. Além disso, a alíquota de IOF sobre todas as operações de crédito ao consumidor de até 365 dias passou de 1,5% para 3%; a alíquota do PIS/Cofins sobre importações subiu de 9,25% para 11,75%.
Além do pacote anunciado na segunda-feira a presidente Dilma Rousseff confirmou as expectativas e cometeu uma grande injustiça ao vetar o reajuste de 6,5% na tabela do Imposto de Renda, aprovado no fim do ano passado pelo Congresso. Tem ainda as mudanças que o governo já tinha anunciado, em dezembro, para benefícios como seguro-desemprego, pensão por morte, abono salarial e auxílio-doença.
Quando um governo esta em apuros, todos sabemos que há dois caminhos imediatos para seguir: Cortar despesas e aumentar arrecadação. No caso da política econômica do governo do PT, aumenta-se a arrecadação, e a única redução substancial de gastos está na concessão de benefícios ao cidadão.
Não se ouve uma palavra sobre diminuição do número de ministérios. Não se ouve uma palavra sobre a redução do absurdo número de cargos em comissão, fonte de desperdício e corrupção. Não se houve nada sobre economia. O PT recebeu um país cuja carga tributária, no fim de 2002, era de 32,64% do PIB. Ela deve encerrar o primeiro mandato de Dilma perto dos 37%, um recorde na história do Brasil. A realidade brasileira não é a de um poder público que arrecada pouco, mas a de um Estado que arrecada muito, gasta ainda mais e, pior, gasta mal.
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