De acordo com comunicado conjunto, serão adquiridos 15 milhões de máscaras produzidas por microempreendedores, dentro dos requisitos de segurança e higienização necessários ao combate ao coronavírus. “Com esta iniciativa, realizada em parceria com o Instituto BEI, as instituições se dispõem, mais uma vez, não apenas a ajudar a conter a disseminação do vírus, mas também a apoiar os negócios de pequenas empreendedoras, investindo em sua capacidade produtiva e garantindo a compra da produção”, afirmam os bancos em nota conjunta.
Pois é, a iniciativa é louvável, mas ainda é muito pouco diante do tamanho dos lucros bancários, originados em sua maioria pelos juros exorbitantes que todos os meses acabam com os sonhos de milhares de empreendedores.
Após alardearem que ajudariam os clientes a enfrentar a crise econômica decorrente da pandemia de coronavírus, os bancos não estão liberando empréstimos, aumentaram os juros e reduziram os prazos de pagamentos para dívidas novas. Ou seja, os empreendedores e os trabalhadores que se virem. Quem sabe com as máscara patrocinadas eles consigam mesmo sobreviver.
Empresários ouvidos pelo UOL declararam que os bancos aumentaram as taxas para empréstimos usados para manter os negócios, pagar funcionários e comprar novos equipamentos. Até empresas de infraestrutura de internet, que precisam ampliar os serviços para atender a nova demanda de home office, não conseguem dinheiro. O crédito para investimentos, segundo relatos, teve alta de dois pontos percentuais. Em outras operações, os juros mais do que dobraram. A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) nega tudo.
"A gente sente que os bancos estão represando dinheiro e cobrando caro por ele. (Os juros subiram) duas vezes e meia (para a antecipação de recebíveis) em relação ao que cobravam antes (da pandemia de coronavírus)", declarou o vice-presidente do Mercado Pago, Túlio Oliveira para o UOL.
O presidente da Braztoa (Associação Brasileira das Operadoras de Turismo), Roberto Nedelciu, declarou que Banco do Brasil, Cielo e Rede cortaram as linhas de antecipação de recebíveis das empresas do setor. "Os recebíveis são a melhor garantia. Temos que pagar a folha de salários ou reembolsar clientes que precisam desse dinheiro. Isso é um problema enorme para o setor", disse.
O presidente da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção), Fernando Pimentel, declarou que as linhas para capital de giro ou para rolagem de dívidas estão com juros maiores e prazos menores de pagamento. Segundo ele, os prazos em linhas de capital de giro caíram de 180 para 60 dias e as taxas passaram de CDI mais 0,47% ao mês para CDI mais 1%. Nos dois casos, as operações são garantidas com recebíveis.
Resumindo: Se quisessem mesmo ajudar o povo brasileiro a vencer a pandemia, estariam empenhados em diminuir juros, ampliar o crédito e ajudar as empresas a manter seus negócios e os empregos.
Com conteúdo da editoria de economia do UOL.
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