De fato, não é normal que um presidente da República dedique tanto tempo atacando as decisões técnicas da única instituição neste país que continua trabalhando com empenho para conter a inflação e preservar o valor da moeda. Não é normal que Lula prometa dia sim, dia também que, assim que Roberto Campos Neto terminar seu mandato à frente do Banco Central, será substituído por alguém subserviente ao Planalto. Não é normal que Lula trate a autoridade monetária como um mero puxadinho de seu partido, obrigando-o a aderir à política econômica gastadora que caracteriza o petismo. Lula ataca o Banco Central, afirma que não há necessidade de cortar gastos, rejeita reformas estruturantes, e só quer saber de arrancar mais dinheiro dos cidadãos e das empresas.
Tudo isso contribui para enfraquecer a moeda, e o reflexo dessas atitudes no câmbio é totalmente natural, ainda que Lula insista no contrário, habituado que está a terceirizar a culpa e a insultar quem não compra suas mentiras. Lula precisa entender que não governa apenas para sua militância e que tem a obrigação de oferecer ao país um índice mínimo de estabilidade.
O dólar deu trégua nesta quarta-feira (3) e encerrou a sessão em queda de 1,71%, de volta aos R$ 5,56 e devolvendo parte dos ganhos dos últimos dias. O presidente diz que a reação de alta da moeda americana após as críticas feitas por ele ao Banco Central e ao seu presidente, Roberto Campos Neto, "não têm explicação".
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