Na semana passada moradores do distrito de São Pedro, nos caminhos de Pedra, no interior de Bento Gonçalves, protestaram diante da informação de que o trecho da rodovia VRS855 de cerca de 8km entre o distrito e o Santuário de Caravaggio, no município de Farroupilha será pavimentado com paralelepípedos.
Acontece que alguns acham que a pavimentação deveria ser com asfalto. O DAER estuda um projeto diferenciado de pavimentação que contemple a preservação das características originais do trecho, procurando agregar valor ao mesmo enquanto atrativo turístico. A idéia do DAER era que fosse algo inédito e inovador. Em janeiro passado a governadora confirmou a licitação para inicio das obras.
Independe do tipo de pavimento a ser usado no local, o que é preciso celebrar é que qualquer que seja o material será muito melhor do que o pó e o barro com que as população do local e os turistas convivem há anos.
Será que asfaltar é indiscutivelmente um progresso ?
O caso de amor das pessoas com o asfalto vai além de qualquer argumento racional quanto à utilidade desse material para a pavimentação das ruas. O asfalto, no Brasil, não é apenas um material: é um símbolo de uma certa idéia (retrógrada) de “progresso” que se impõe contra todas as evidências.
Um trecho de asfalto contribui substancialmente para o aumento da velocidade no local. Portanto é preciso medidas de proteção aos pedestres e turistas; o material deteriorar-se em relativamente pouco tempo, principalmente com chuva, requer então constante manutenção. Mas o asfalto oferece mais conforto , economiza combustível e conseqüente manutenção dos veículos. Esse é o lado bom.
Já os paralelepípedos de pedra, são mais resistentes a deteriorização. Pedra é um material que envelhece estética e funcionalmente melhor do que qualquer outro. Por sua natureza, o calçamento de paralelepípedo não oferece tanta suavidade nem tanta aderência aos veículos. Se em termos “negativos”, isso significa menos conforto para o motorista e os passageiros o calçamento com paralelepípedos é mais adequado sempre que a intenção for aumentar a segurança do pedestre, restringindo a velocidade dos carros e desestimulando a direção perigosa.
Engana-se quem pensa que mais conforto ao dirigir significa mais segurança e menor risco de acidentes. Na Europa esse entendimento já foi ultrapassado pela constatação de que mais conforto é igual a mais ilusão de segurança e maior velocidade, logo, maior risco de acidentes.
Acho que falta aos moradores, mas informação e conhecimento do que é melhor para o local. O interesse de uns não pode se sobrepor ao racional . Recomendo diálogo, debate, troca de informações e uma comunicação mais eficiente por parte do órgão responsável por executar a obra a fim de que os leigos tenham melhor condição de formar uma idéia coerente e sensata sobre isso.
Asfalto para mim, não é neste caso a melhor alternativa.
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O subprefeito e a roçadeira
Criatividade, decisão e disposição em resolver os problemas mesmo diante de adversidades como falta de dinheiro, vontade política, burocracia, ou qualquer outro motivo comum em repartições públicas é o que se espera encontrar em um servidor público. Ou seja, se não tem dá um jeito e faz, mas não deixa de fazer. Foi assim que agiu o subprefeito de Pinto Bandeira, Sadi Sonaglio. Precisando cortar o mato que cresce ao lado da estrada entre Bento Gonçalves e o distrito, Sonaglio foi a prefeitura em busca de uma roçadeira para fazer o serviço. Foi informado que o equipamento estava fora de uso, quebrado e esquecido no depósito da secretaria de obras. Não teve dúvidas, pediu autorização para pegá-lo, levou à Pinto Bandeira, reuniu conhecidos e consertou a roçadeira por conta própria. Com o equipamento funcionando, tratou de executar o serviço e com criatividade, decisão e disposição fez. O que convenhamos é atitude digna de valorização e registro.
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Entre 35 e 40 obras em Bento estão embargadas por irregularidades
Para o diretor do IPURB de Bento Gonçalves, Marcelo Germiniani, não tem conversa. Se tá irregular, não tem jeito. A obra para, ou não começa e não é aprovada. Há no município atualmente quase 40 obras embargadas por irregularidades. Desde pequenas até grandes E não interessa que é o construtor. O IPURB fiscaliza e para tudo. Há muito tempo que não se via ações deste tipo no órgão fiscalizador. Houve épocas que o IPURB andou “fechando o olho” para algumas coisas na cidade e hoje tornaram-se irreversíveis. Andou acomodando interesses até políticos mas sobretudo econômicos. E hoje diante da nova postura há quem diga que cresce o movimento para que o IPURB tenha outro diretor disposto a atender principalmente o interesse dos especuladores imobiliários.
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Será que não é muito precoce?
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