Cristina Kirchner continua
A presidente argentina, Cristina Kirchner, foi reeleita neste domingo no primeiro turno para um novo mandato de quatro anos. Ou seja, os argentinos deixaram claro sua opção por um modelo econômico considerado de alto risco e um governo polêmico, tanto no plano interno como internacionalmente. Considerando a situação em que se encontrava o país quando Néstor Kirchner, marido e antecessor de Cristina, assumiu o governo, até daria para explicar a preferência do eleitorado por ela. Em 2002 a Argentina praticamente faliu. Muitas empresas quebraram e boa parte da classe média ficou pobre. Oito anos depois deu uma melhorada. A taxa média de crescimento do PIB chega a 8%. Para este ano, enquanto muitos países desenvolvidos ficarão estagnados e o Brasil vem reduzindo suas previsões de crescimento os argentinos trabalham com um salto de 8%. As políticas assistencialistas também são responsáveis pela reeleição de Cristina. Mas as coisas não estão tão bem assim. A inflação é o maior problema. Dizem os economistas de lá que o déficit público é enorme. O país pode precisar de US$ 10 bilhões para fechar suas contas em 2012 e a projeção de crescimento do PIB para o próximo ano, segundo o FMI, é de 4,6%, quase a metade da média registrada nos anos anteriores. Vitoriosa, Cristina Kirchner terá de tomar decisões contrárias ao que tem feito até agora para evitar uma reviravolta no país. Ao Brasil resta torcer para eles se deem bem porque a boa fase da economia argentina é fundamental para nós. A Brasil precisa muito daquele mercado.
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Milan Tomic

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