Mudando as regras do jogo com a partida em andamento, os deputados prejudicam claramente os novos partidos- a Rede e o MD.
O casuísmo tem face dupla. Numa das faces está a tentativa de criação de duas outras agremiações – uma, liderada pela ambientalista, ex-militante do Partido Verde e ex-ministra Marina Silva, que se esforça para colocar em pé seu projeto da Rede Sustentabilidade, por meio da qual aparentemente planeja reprisar sua candidatura à Presidência da República. É bom lembrar que, no pleito de 2010, Marina obteve expressivos 20% da votação e forçou a realização de um segundo turno entre Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB). Outra nova legenda surge da fusão entre o PPS e o PMN, que adotou a sigla MD (de Mobilização Democrática) e que favoreceria a candidatura do governador pernambucano Eduardo Campos (PSB) à Presidência ou mesmo a adesão de Serra, que poderia deixar o PSDB sem incorrer em infidelidade partidária.
A outra face do casuísmo parte do governo, que influencia sua base para que aprove o projeto. Dessa forma, inviabiliza ou cria dificuldades para os dois nascentes partidos que, na eleição presidencial de 2014, poderiam causar transtornos à reeleição de Dilma já no primeiro turno. Foi esse o casuísmo vencedor ontem, quando a Câmara decidiu que as novas regras passam a vigorar assim que a lei foi sancionada, quando o correto seria que entrassem em vigor no início da próxima legislatura.
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