Depois de esticar a decisão oficial até o último momento possível, o Partido dos Trabalhadores (PT) confirmou nesta terça-feira o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad como seu candidato à Presidência da República. Haddad assume o lugar do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na cabeça da chapa petista. A troca ocorreu no último dia do prazo dado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que o partido indique o substituto de Lula, cuja inelegibilidade foi declarada em 1º de setembro.
A decisão oficial do partido foi anunciada na porta da Polícia Federal em Curitiba, onde Lula está detido desde abril e de onde ele vem conduzindo diretamente a campanha e as negociações políticas. Em cima de um modesto palco, um dos fundadores do PT, o advogado Luiz Eduardo Greenhalgh, leu uma carta escrita pelo ex-presidente na qual ele afirmou que teve que tomar uma decisão no limite imposto pela Justiça. "Eu sei que um dia a verdadeira Justiça será feita e será reconhecida minha inocência. E nesse dia eu estarei junto com o Haddad para fazer o Governo do povo e da esperança. Nós todos estaremos lá, juntos, para fazer o Brasil feliz de novo", disse ele, na carta. "Fernando Haddad será Lula para milhões de Brasileiros", complementou. "Até a vitória."
Ao lado de Haddad estava sua vice Manuela D'Ávila, do PCdoB, a principal sigla aliada na coligação. Manuela, que desistiu de candidatura própria pelo posto, não discursou.
Na última pesquisa Ibope, divulgada no mesmo dia, Haddad tem 8% das intenções de voto. O Ibope também perguntou sobre o potencial de transferência de voto de Lula. Segundo a pesquisa, 23% disseram que "com certeza" votariam em Haddad caso soubessem que esse é o indicado do ex-presidente. No Nordeste, o índice chega a 38%. A rejeição a Haddad também cresce quando vinculado a Lula: 54% disseram que não votariam de jeito nenhum no ex-prefeito de São Paulo.
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