O Presidente da República, Jair Bolsonaro, deverá estar em Bento na quinta-feira (5). Passados mais de 30 anos, um presidente brasileiro volta a Bento Gonçalves. Além de 3 mil militares, o município também recebe cerca de 200 jornalistas, ministros, diplomatas e um grande número de funcionários públicos, assessores das principais autoridades dos países do bloco.
Batizada de Cúpula do Vale dos Vinhedos, o evento deverá marcado por duas transições no momento atual por ser a última dos governos da Argentina e do Uruguai. A grande questão a partir desse fato, é se o bloco avançará ou não na redução da tarifa externa comum. Os governos do Brasil e da Argentina até então, vinham concordando a respeito do tema. Porém, uma única divergência surgiu diante do assunto. A vontade do Brasil de redução mais rápida, é controversa a da Argentina, que propunha uma redução mais gradual, que durasse, pelo menos, mais quatro anos. Isso, caso Mauricio Macri fosse reeleito, o que não aconteceu.
A ideia inicial dos mandatários da Argentina e do Brasil era terminar finalmente de convencer seus pares do Uruguai e do Paraguai a baixar de modo substancial a tarifa externa comum. A informação foi dada pelo chanceler argentino, Jorge Faurie, na última semana.”Formamos um grupo de trabalho no começo do ano, e os quatro países concordaram que nossa taxa é muito alta, o que diminui a competitividade das quatro economias. Também concordamos todos que devemos trabalhar sobre isso para dirimir as diferenças”, disse Faurie.
A taxa vigente há mais de 20 anos tem média de 12% – em alguns setores, como o automotivo, é de 35%- e é das mais altas do mundo. A tarifa externa comum é vista pelo presidente eleito da Argentina, Alberto Fernández, como necessária para proteger os produtores nacionais. Um dos motores de sua campanha foi a promessa de que iria “priorizar a indústria nacional”. Isso significa, na prática, voltar a adotar medidas protecionistas, algo que a parceria Bolsonaro-Macri não desejava.
Nem o novo governo da Argentina – que tem início dia 10 de dezembro – e nem o do Uruguai – que começa em março de 2020 – quiseram mandar representantes para opinar sobre o tema. O presidente eleito do Uruguai, Luis Lacalle Pou, já manifestou estar alinhado a Bolsonaro no quesito flexibilização do Mercosul, mas não detalhou ainda sua opinião sobre a tarifa comum. Lacalle Pou sequer escolheu seu próximo ministro da economia. ( Com conteúdo do Estadão).
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