O governo de Minas Gerais investiga a chegada de 41 cadáveres, em um intervalo de 48 horas, numa funerária do bairro de Nova Gameleira, em Belo Horizonte. Segundo boletim de ocorrência da Polícia Militar mineira obtido pelo Estado, os laudos das mortes apontam causas de insuficiência respiratória aguda, pneumonia e covid-19, apesar de o governo mineiro não ter confirmado, até esta sexta-feira, nenhuma morte por coronavírus.
O governo de Minas Gerais admite que corpos estão sendo enterrados no Estado sem que se saiba se a morte se deu por causa da nova doença. O diagnóstico do coronavírus depende de exames laboratoriais “realizados em vida, e não de necropsia”, afirma a secretaria de Saúde. “Após o término da contingência epidemiológica, caso a autoridade policial entenda ser necessária, a exumação do corpo a poderá ser realizada”, diz.
No dia 22 de março, a Polícia Militar mineira recebeu uma denúncia anônima, em que um morador relatava a existência de corpos acumulados em uma funerária da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Ao chegar ao local, a equipe do 5º Batalhão se deparou com o gerente da funerária, que narrou que, entre os dias 20 e 22 deste mês, 73 cadáveres haviam chegado à funerária com laudos da causa da morte parecidos: pneumonia ou insuficiência respiratória.
O governo de Minas Gerais, apesar de admitir que investiga os casos, continuou afirmando, neste sábado, 28, que nenhuma morte foi confirmada no Estado por coronavírus.
Por meio de nota, a secretaria de Saúde do Estado informou que “a situação mencionada está sendo avaliada e acompanhada pelos órgãos competentes”. E reafirmou que ainda não há óbitos pela doença no Estado. “Tão logo as informações sejam apuradas adequadamente daremos os devidos esclarecimentos”, disse.
O governo de Minas informou que a Polícia Civil, no último dia 21, havia orientado os médicos-legistas a priorizar, na necropsia, o exame cadavérico externo, com o objetivo de reduzir o agravamento da pandemia da covid-19, mantendo a obrigatória utilização do equipamento de proteção individual (EPI).
No Estado, há relatos de os corpos acautelados em câmaras frigoríficas do IML. A secretaria de Saúde diz que se referem a “casos em processo identificação, que aguardam autorização para o enterro e não se referem à pandemia do Covid19.”
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