No último dia 15, a Abimóvel (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário) participou de reunião em Brasília convocada pela Presidência da República e liderada pelo vice-presidente do Brasil e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, para discutir os impactos da tarifa de 50% anunciada pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros na última semana. A entidade foi representada pelo presidente Irineu Munhoz. Durante a reunião, representantes da indústria pediram que o Governo Federal priorize, a princípio, o adiamento da vigência da tarifa por pelo menos 90 dias, a fim de permitir maior previsibilidade e tempo de adequação para os setores afetados. Isso, enquanto atua em uma negociação com os Estados Unidos visando a reversão da medida, de maneira justa e preservando princípios bilaterais.
O cenário ainda é de incertezas, mas uma sobretaxa de 50% inviabilizaria as exportações, e as empresas não encontrariam mercados substitutos de forma rápida, por consequente, há ameaças a empregos e a sobrevivência de negócios.
No polo moveleiro de Santa Catarina o cenário é ainda pior. A maioria das exportações da indústria de Santa Catarina é para o mercado norte-americano. Todos os contratos para entregas a partir de 25 de julho, que sofrerão imposto de 50%, estão sendo cancelados ou suspensos, informa o vice-presidente para o Planalto Norte da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Arnaldo Huebl. O município de São Bento do Sul é o maior polo exportador de móveis de madeira do Brasil e o principal mercado são os EUA. Diante dessa crise, empresas de móveis já estão procurando escritórios de advocacia especializados em recuperação judicial para buscar alternativa na Justiça para enfrentar um período sem poder arcar com os compromissos financeiros. Em 2024, o estado exportou US$ 1,7 bilhão para os EUA. No primeiro semestre deste ano, foram US$ 847,2 milhões.
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