Vitimismo, perseguição e indiferença aos pedido pessoais. As justificativas de Bolsonaro

Bolsonaro aglomera ministros em coletiva para falar sobre demissão ...
O presidente Jair Bolsonaro, num pronunciamento de cerca de 45 min à imprensa, no final da tarde desta sexta-feira, mais uma vez adotou a estratégia do vitimismo e da perseguição. Disse que optou por trocar diretores da PF porque, segundo ele, seus pedidos pessoais quanto a investigação de fatos relativos a pessoa do presidente não estavam sendo considerados como importantes pelos delegados.

Afirmou que gostaria de ver atitudes mais firmes da Polícia Federal nas investigações sobre a facada desferida por Adelio Bispo, na campanha eleitoral de 2018, além do inquérito sobre o porteiro que insinuou o envolvimento do presidente no Caso Marielle.

"Sugerir a troca de dois superintendentes entre 27. O do Rio, a questão do porteiro, a questão do meu filho 04, Renan, que agora tem 20, 21 anos de idade. Quando no clamor da questão do porteiro do caso Adélio, que os dois ex-policiais teriam ido falado comigo, também apareceu que meu filho 04 teria namorado a filha desse ex-sargento ",disse.

Bolsonaro disse no pronunciamento que pedia a Moro um relatório diário sobre atividades da Polícia Federal, a fim de poder tomar decisões.

"Sempre falei para ele: 'Moro, não tenho informações da PF. Eu tenho que ter, todo dia, um relatório do que aconteceu, em especial nas últimas 24 horas, para poder decidir o futuro da nação'. Nunca pedi a ele o andamento de qualquer processo, até porque a inteligência, com ele, perdeu espaço na Justiça, quase que implorando informações. E assim eu sempre cobrei informações dos demais órgãos de inteligência do governo, como a Abin, que tem à frente um delegado da PF", declarou.

Sobre a acusação de Moro, segundo a qual Bolsonaro pediu para trocar o diretor-geral da PF a fim de ter acesso a investigações e inquéritos, o presidente contestou. "Nunca pedi para ele para que a PF me blindasse onde quer que fosse", disse.

Em um trecho do pronunciamento, Bolsonaro reforçou que a indicação do diretor-geral da PF cabe a ele e que, se um dia ele se "submeter a qualquer subordinado", deixará de ser presidente.

"Acertamos, como fiz com todos os ministros: 'Vai ter autonomia no seu ministério'. Autonomia não é sinal de soberania. A todos os ministros, e a ele também, falei do meu poder de veto. Os cargos-chave teriam que passar pelas minhas mãos e eu daria sinal verde ou não. Para todos os ministros, isso foi feito. Mais de 90% dos que passaram, dei sinal verde", declarou.

 A cultura do vitimismo diz que se mostrar no papel de vítima é socialmente bem visto. Quem está com a verdade? Isso só os fatos a seguir poderão demonstrar.


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Milan Tomic

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