O terreno existe, o projeto também e os investidores tem interesse. Bento poderá ter uma fábrica de garrafas. A União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra) está articulando os encontros e mobilizando as autoridades.
De acordo com o presidente do Uvibra, Deunir Argenta, a necessidade de expandir a produção de garrafas no Rio Grande do Sul já existia, mas se fortaleceu com o crescimento expressivo do consumo de vinho, consequência da pandemia. "De maio para cá tivemos vendas fora da normalidade, e com isso as empresas que são fornecedoras de garrafas estão tendo dificuldade em suprir as necessidades do setor. Vinícolas vão deixar de entregar pedidos por não ter vasilhame. Se no próximo ano tivermos uma venda semelhante, até uns 30% menor, mesmo assim vai faltar vasilhame", observa Argenta. Ele pontua que já havia falta de garrafas quando o setor não estava tão forte quanto está no ano, e que os vários fatores que levaram à alta do consumo em 2020 - como uma grande safra e maior número de pessoas ficando em casa por conta das medidas de isolamento social - deixaram mais evidentes a dificuldade do setor de ter acesso a garrafas novas. Para isso, ele explica que a entidade está em busca de novos investidores para instalar uma unidade de produção de garrafas na Serra gaúcha.
Desde o começo do mês, a entidade vem realizando reuniões com empresários mostrando o cenário do mercado e a capacidade das indústrias do Estado de absorver maior produção de garrafas. A Uvibra também obteve o apoio do Governo do Estado, através do Secretário da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Covatti Filho, para ajudar a viabilizar parceiros para o empreendimento.
De acordo com o presidente da Uvibra, já há empresários interessados e cientes dos desafios de uma fábrica do tipo. Segundo Argenta, a instalação de uma fábrica de garrafas é complexa por conta das exigências de infraestrutura, como fornos grandes e máquinas que exigem muita manutenção. Os fornos são movidos a gás , o que exige um duto próximo de abastecimento. O tempo para que uma fábrica comece a produzir garrafas, segundo ele, é de dois anos.
Por conta dessas exigências, a ideia é que o investimento seja feito na Serra por dois motivos: um deles é pela parte energética, pela região ter acesso a dutos de gás, e outro é pela parte logística, por ser o maior polo vitivinícola nacional. O Rio Grande do Sul, em sua totalidade, representa 90% da produção nacional de derivados de uva. Argenta conta que, devido à escassez de garrafas no mercado nacional, que tendem a ser absorvidas primeiro pela produção cervejeira, o setor vitivinícola acabou importando parte de países como Argentina e Chile, o que aumenta o custo final do produto por conta da alta do dólar e do frete elevado.
Com informações de Jornal do Comércio
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