Crise, endividamento das famílias e falta de investimentos adiam recuperação da economia. E o PIB deve crescer menos da metade do que se esperava
A cinco meses do fim do ano, a tão esperada recuperação da economia no segundo semestre parece cada vez mais difícil. A indústria não consegue retomar o ritmo de investimentos, o comércio dá sinais de perda de fôlego, o consumidor está mais cauteloso na hora de comprar e as exportações, embora favorecidas pelo dólar mais caro, ainda precisam driblar a desaceleração da demanda internacional.
Estimativas do mercado dão conta de que o Produto Interno Bruto (PIB) deve crescer entre 1,5% e 2% – contra uma previsão, no início do ano, de 4,5%. A taxa de desemprego continua baixa, a renda continua a crescer, ainda que em ritmo menor, mas a economia não deslanchou, influenciada pela crise internacional e por condições internas, como o endividamento das famílias e a falta de investimentos públicos e privados.
Apesar das medidas do governo para reativar o consumo – como redução da taxa de juros e do IPI para automóveis, móveis e linha branca –, o comércio dá sinais de perda de fôlego. O endividamento da população segurou o consumo nos últimos meses e a procura por crédito só agora começa a dar sinais de retomada.
Segundo dados da Serasa Experian, a procura por crédito cresceu, em julho, pela primeira vez em nove meses, com volume 8% superior ao de junho. Mas, no acumulado de janeiro a julho, o número de pessoas que contratou financiamentos ainda está 6% inferior ao de 2011.
Os analistas de mercado apontam para um crescimento da economia da ordem de 1,9%, contra os 2,7% registrado no ano passado. Sem contar com a queda de 0,33% em 2009, essa seria a pior taxa desde 2003, quando a economia cresceu 1,15%. E pela primeira vez a economia brasileira terá baixo crescimento aliado a baixa taxa de desemprego, de juros e inflação controlada.
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