São três motivos pontuais que estão causando grave problema no atendimento da população em Bento. A saúde pública em Bento que era modelo no estado nos anos de 2007, 2008, foi sucateada nos últimos quatro anos.
As obras da UPA, que totaliza 1.900 m², estavam paradas
desde outubro do ano passado. Todos sabem que retomar uma obra paralisada em
muitos casos custa muito mais caro do que começar novamente. A paralisação das
obras, ocasionada por uma administração irresponsável que endividou o município
comprometendo recursos inclusive que seriam destinados à saúde provocou ainda
mais prejuízos. Com a paralisação, vários reparos agora serão necessários ser
feitos. Controle da infiltração, tratamento para o mofo, pinturas, acabamentos
e substituição do mobiliário danificado, portas, piso, rodapés, gesso e outras
readequações são algumas. Ouvi um irresponsável dizer “são pequenos concertos”.
Ora, classificar como pequenos concertos algo que custou muito caro e que agora
irá demandar mais dinheiro público é simplesmente ridículo. 90% das obras da
UPA estariam concluídas não fosse tamanha irresponsabilidade. Com a UPA
finalizada o atendimento à população que hoje é feita no PA24h do Bairro
Botafogo ganharia um acréscimo muito importante. Mas o ônus é grande.
As UBS’s de “lata” são inconcebíveis. Como pode algum gênio
da engenharia considerar que uma Unidade Básica de saúde pudesse funcionar e
atender o que determina a norma da ANVISA sendo construída com lata. Agora,
desse jeito, quanto irá custar para readequar tudo às normas? Quanto tempo será
preciso para fazê-las funcionar? Não funcionando sobrecarrega o Pa24h. Lamentável.
Atualmente, os médicos, de modo geral, são contratados de
maneira informal, sem vínculo empregatício, trabalham por hora, encaram o
serviço público como um trabalho extra, e em muitos casos encaram o atendimento
do SUS com degradante. Mas ainda sim o valor/hora pago para os médicos e para
os especialistas é maior do que na iniciativa privada. Ou seja, mesmo pagando
mais, faltam médicos em quase todos os municípios do interior.
Sabemos que os médicos, principalmente especialistas,
necessitam, para exercer seu trabalho com mais eficácia, de uma boa infra-estrutura
hospitalar, meios de diagnóstico e equipe auxiliar treinada e com boa
qualificação. A equipe em Bento é exemplar. Mas a contratação de médicos disponíveis no Brasil é como procurar um trevo de quatro folhas.
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