“Lula é uma fonte de inspiração para a América Latina”, proclamou certa ocasião Danilo Medina, presidente da República Dominicana, em janeiro de 2013, durante uma visita de Lula patrocinada pela Odebrecht e seguida pela concessão de vultosa linha de financiamento do BNDES. A política Lulista, financiada por dinheiro público desviados de várias instituições federais, expandiu-se em países sob governos “progressistas”, um adjetivo com dúbios significados políticos. Na América Latina, apoiou-se nos ombros do chavismo, do kirchnerismo e do castrismo, mas estabeleceu laços com líderes populistas como Ollanta Humala, do Peru; Mauricio Funes, de El Salvador; e o próprio Medina. Na África, ligou-se ao ditador angolano José Eduardo dos Santos, do MPLA, presidente desde 1979, que converteu os processos eleitorais em farsas macabras e comanda um dos regimes mais corruptos do mundo. Tudo começou durante os mandatos de Lula, mas prosseguiu sob Dilma Rousseff. No exterior o BNDES financiou tudo. A Odebrecht, a maior beneficiária deles, obteve cerca de US$ 8 bilhões. Dias atrás, na esteira do depoimento de Lula, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, disse que será preciso “dialogar com o povo brasileiro” para “explicar como são feitas as palestras, em que países aconteceram”. Há muito a explicar, mas inexiste mistério sobre os países selecionados: em geral, coincidem com empreendimentos da Odebrecht subsidiados pelo BNDES. O Instituto Lula e a empresa que agencia as palestras do ex-presidente receberam R$ 56 milhões em quatro anos. Lula tornou-se, ao lado de Bill Clinton, o palestrante mais caro do planeta. Chegamos a um projeto internacional que associa poder e dinheiro.
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