A ex-presidente Dilma Rousseff é acusada de ter utilizado um e-mail fictício, com o codinome “Iolanda”, para avisar o casal de marqueteiros João Santana e Mônica Moura sobre a sua iminente prisão na Operação Lava-Jato. O relato dessa tramoia consta nos depoimentos do acordo de delação premiada do publicitário e de sua mulher, detalhado na edição de VEJA desta semana.
João Santana é um personagem central na história do PT no poder. Quando a crise do mensalão ameaçou varrer o partido do mapa, Lula recorreu a ele para reconstruir sua imagem. O marqueteiro bolou um slogan sob medida para calar os críticos. Com o mote "Deixa o homem trabalhar", o petista superou o desgaste e se reelegeu. No segundo mandato, Santana recebeu uma missão impossível. Precisava transformar uma ministra de nome difícil, com fama de turrona, em herdeira da popularidade do chefe. Sem ter disputado uma eleição na vida, Dilma Rousseff chegou lá. Ou seja, talento ele tem. Mas ele recebeu muito mais do que seu talento vale. E usou muito mais do que seu talento para enriquecer. Santana caiu em desgraça junto com o petismo. Virou alvo colateral da Lava Jato, que rastreou pagamentos secretos à sua empresa. Em fevereiro de 2016, ele foi preso com a mulher, Mônica Moura. Depois de uma temporada na cadeia, o casal de marqueteiros assinou acordo de delação. Nesta quinta (11), o Supremo liberou os depoimentos. Santana disse que Lula dava a "palavra final" no esquema de caixa dois. Mônica contou que Dilma usou o e-mail secreto para vazar investigações. As delações não são atestado de culpa, mas agravam muito a situação dos ex-presidentes.
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