Após uma semana de fracassos para superar a crise com os caminhoneiros, que provocou desabastecimento e trouxe transtornos a todo o país, o governo federal voltou a recuar nas negociações. O presidente Michel Temer fez ontem novas concessões ao movimento grevista. Em pronunciamento, o presidente anunciou a redução do preço do litro do diesel em R$ 0,46 por 60 dias – o novo subsídio custará R$ 13,5 bilhões aos cofres públicos, segundo o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia. Depois disso, só haverá reajustes mensais. Temer também editou três medidas provisórias. Uma isenta caminhões da cobrança do eixo suspenso nos pedágios de todo o País, outra determina o tabelamento do frete e a terceira garante aos caminhoneiros autônomos 30% dos fretes da Companhia Nacional de Abastecimento.
A greve entra hoje na segunda semana sem perspectiva de quando será definitivamente encerrada. Sem lideranças claras, os motoristas seguiam ontem parados nas estradas, levando o País a um quadro de grave desabastecimento. Sem insumos para continuarem funcionando, fábricas fecham as portas e até dão férias coletivas aos funcionários. Alimentos somem das feiras e das prateleiras dos supermercados. Sem ração, milhões de frangos morrem nas granjas. Termoelétricas deixam de funcionar por falta de combustível. Hospitais suspendem cirurgias. Ônibus e táxis deixam de circular. Nos aeroportos, voos seguem sendo cancelados. Para piorar, cresce a preocupação com a ameaça de greve de outras categorias, como os petroleiros, que anunciaram paralisação na quarta.
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