A reforma política é talvez um dos poucos caminhos que restam para se tentar mudar um pouco do quadro de decepção da população diante dos políticos. Numa democracia, onde a opinião da população deve ser levada em conta, descobrir o que a sociedade pensa e agir conforme os seus desejos contribuem para a estabilidade institucional.
Para além da crise política conjuntural, salta aos olhos o esgotamento do sistema político, eleitoral e partidário. A distância entre sociedade e representação, as mazelas da fragmentação partidária, o jogo das coligações, o financiamento de campanha como uma das raízes da corrupção, a demagogia e o corporativismo impedindo as reformas inadiáveis, são mostras de que é preciso retomar com vigor a agenda da reforma política. Nestas eleições, cresceu o número de eleitores que simplesmente não quiseram votar em nenhum dos candidatos na disputa. Aproximadamente 10,6 milhões pessoas, 32,5% de todos os eleitores aptos a votar abriram mão do seu voto. ( Brancos, Nulos e Abstenções), ou seja, mesmo com o voto obrigatório, quase um terço do eleitorado não votou em ninguém. Nem Lula e nem Dilma foram votar no segundo turno. Mau exemplo.Nas eleições de 2012, esse percentual era de 26,5%. Três anos depois das manifestações de 2013, o eleitor deu um sinal de desilusão com a política.
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