Delator da Fifa acusa Globo de pagar propina por direitos

O Grupo Globo foi citado por Alejandro Burzaco, ex-homem forte da companhia de marketing argentina Torneos y Competencias SA, como uma de seis empresas que teriam pago propina para ganhar a concorrência dos direitos de transmissão de torneios internacionais de futebol promovidos pela FIFA. Num dos depoimentos mais aguardados do julgamento do escândalo de corrupção da Fifa, em Nova York, Buzarco disse que grupos de mídia, entre eles a Globo e a brasileira Traffic, além de Televisa, do México, a americana Fox e a argentina Full Play fizeram pagamentos irregulares para obter vantagens. Ele foi ouvido como uma das testemunhas da acusação no julgamento de José Maria Marin, ex-presidente da CBF acusado de extorsão, fraude financeira e lavagem de dinheiro durante negociações de contratos com a Fifa. Buzarco também é réu na investigação conduzida pela Justiça americana. Ex-diretor da Torneos y Competencias, empresa de marketing esportivo com sede em Buenos Aires, ele fechou um acordo de delação premiada com os promotores do caso e ainda aguarda a sua sentença. O depoimento de Buzarco, portanto, é uma das principais armas da acusação no julgamento que acusa dirigentes do futebol mundial de receber até R$ 500 milhões em pagamentos ilícitos em paralelo a negociações de contratos com a Fifa ao longo das últimas duas décadas. A Globo, claro, em todos os seus noticiários apressou-se a emitir nota negando tudo e dizendo que é inocente, não tolera e não pratica propina.

A história de sucesso e crescimento da Globo tem episódios mal explicados e até escondidos. Pagar propinas para corruptos é tão criminoso quanto recebê-las. Mas a Globo se acha no direito de fazer sermões em torno de corrupção. Documentos amplamente divulgados pela mídia realmente livre do Brasil – os sites independentes – mostram que os atos corruptos da Globo não se esgotaram nos subornos. A Globo já teve problemas com a Receita Federal. A Receita detectou fraude e multou pesadamente a Globo. Numa manobra que só acontece quando alguém se sente dono do país, uma funcionária da Receita tentou simplesmente fazer sumir o processo. Com isso, a Globo se livraria da multa e das sanções penais pela fraude. A funcionária foi flagrada. Em nenhum momento a imprensa tocou nos dois assuntos: nem nos subornos e nem na fraude e sonegação milionárias. A Globo cresceu graças a “favores especiais” – a expressão é de Roberto Marinho – que pedia aos militares em troca de apoiá-los. Passada a ditadura, continuou a crescer por conta de alianças com governo. Então, vamos continuar acreditando no bom jornalismo e nas boas intenções da Globo com seus públicos.
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Milan Tomic

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