
A regra inserida no texto pelo relator permite ao servidor público que já tiver ingressado no serviço público aposentadoria aos 60 anos de idade, se homem, e 57 anos, se mulher, caso ele pague um pedágio de 100% sobre o tempo que falta para ele se aposentar. Será preciso, ainda, ter 20 anos de serviço público e cinco no cargo.
No caso do trabalhador da iniciativa privada, ele terá de pagar um pedágio de 100% sobre o tempo que falta hoje para se aposentar e ter, no mínimo, 57 anos e 30 de contribuição, no caso das mulheres, e 62 anos de idade e 35 de contribuição, caso dos homens.
O ministro disse que essas novas regras de transição afrouxaram a economia esperada com a reforma em R$ 100 bilhões, o que não era esperado por ele. Com isso e com as outras mudanças propostas, a economia com a reforma caiu de R$ 1,237 trilhão ao longo de dez anos para R$ 863,4 bilhões.
Guedes criticou ainda duas medidas inseridas pelo relator no texto da reforma para compensar essa perda de arrecadação – a elevação da alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) cobrada sobre bancos e a transferência para a Previdência Social de recursos do PIS/Pasep que iam para o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), usado pelo BNDES em seus financiamentos.
O ministro se mostrou irritado ainda com a retirada da reforma da previsão de o governo lançar uma novo regime previdenciário, baseado no sistema de capitalização. "Eu esperava que cortassem o BPC e o rural e ficasse R$ 1 trilhão. Eu alertei várias vezes, com R$ 1 trilhão nós conseguimos lançar a nova Previdência, que é o compromisso com as futuras gerações.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse na tarde desta sexta-feira (14) que o ministro da Economia, Paulo Guedes, "está gerando uma crise desnecessária" e que o governo Bolsonaro virou uma "usina de crises". "A vida inteira o ministro da Economia sempre foi o bombeiro das crises. Agora o bombeiro vai ser a Câmara. Nós não vamos dar bola para o ministro Paulo Guedes com as agressões que ele fez agora ao parlamento." Maia disse que blindou a reforma da Previdência de crises que são geradas pelo governo. "Nós queremos deixar claro que essa usina de crises que se tornou nos últimos meses o governo não vai chegar à Câmara. Nós vamos blindar a Câmara."
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