
Visualmente é um robô simples, mas a estrutura é formada por equipamentos de precisão. "Os principais componentes são uma câmera, que recolhe as imagens na altura dos cachos. Depois temos um laser, que serve para a navegação, para encontrar e desviar de obstáculos. Um segundo laser para recolher informação relativa à vegetação, para saber tamanho, estrutura, porque isso também é útil para o agricultor. E a antena GPS, para que toda essa informação tenha um posicionamento e consigamos construir mapas", explica o pesquisador Gonçalo Victorino, aluno de doutorado em Engenharia Agrônoma do Instituto Superior de Agronomia (ISA) da Universidade de Lisboa.
As estimativas são fundamentais para toda a indústria do vinho. "Se soubermos com antecedência a produção do ano, podemos preparar as vindimas, a estrutura da adega, podemos influenciar o preço da uva, estimar a necessidade ou não de jogar cachos fora, caso haja excesso", explica o professor.
Com o Vinbot, o processo passa a ser automatizado e preciso. O robô foi fabricado por uma empresa da Espanha, dentro de um consórcio europeu. O investimento total no projeto foi de cerca de 2 milhões euros (R$ 9 milhões), com 76% financiados pela União Europeia. O projeto começou em 2014 e terminou em 2016.
"A estimativa baseia-se na análise das imagens. O robô passa, faz uma sequência fotográfica e depois, através de algoritmos, consegue detectar a área dos cachos que aparecem nas imagens. Depois, com base em modelos que nós desenvolvemos, ele transforma a área dos cachos em peso e é com isso que nós estimamos a produção", explica o professor.
Com o fim do consórcio europeu a tutela do Vinbot ficou com uma empresa de Portugal, que será a responsável pela comercialização quando o produto estiver finalizado.

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