A Associação Brasileira da Indústria do Mobiliário (Abimóvel) e a Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) emitiram comunicado conjunto acerca do desabastecimento de painéis de madeira para indústrias e marcenarias. A pandemia provocou paralisação do consumo doméstico da matéria prima, fazendo com que as fornecedoras buscassem o mercado externo. No entanto, com a reabertura do comércio, o ritmo de produção das indústrias de móveis brasileiras cresceu rapidamente. Resultado: Desabastecimento interno. Alta nos preços. Está faltando chapa de MDF e MDP para atender a demanda nacional. Apenas no primeiro semestre deste ano, na comparação com o mesmo período de 2019, a exportação do MDP cru para a China registrou aumento de 700% e caso muito semelhante ocorreu com os EUA, com alta de mais de 600%.
Eis a nota:
A Associação Brasileira da Indústria do Mobiliário (Abimóvel) e a Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), que representa a indústria de chapas de painéis, em atenção às manifestações de indústrias, sindicatos e empresários que compõem a cadeia produtiva de madeira e móveis, quanto aos problemas relacionados ao abastecimento, em especial ao atraso nas entregas e à falta de matéria-prima e outros insumos, esclarecem, que o cenário de pandemia global é atípico e desafiador, com implicações sociais, políticas e econômicas. Todas as cadeias produtivas foram gravemente afetadas, com a disrupção dos seus processos produtivos, os quais, neste momento, estão em um processo de reorganização. Isto não está sendo diferente para o setor de comercialização do mobiliário e seus fornecedores.
O desabastecimento é estrutural, a diminuição da oferta de insumos é consequência direta da crise que todos ainda estamos atravessando. Entre os meses de março e abril houve uma queda abrupta em torno de 50% do volume das vendas domésticas, nas quais as companhias tiveram que realizar movimentos naturais de sobrevivência e manutenção de empregos, como redução da jornada de trabalho, suspensão de contratos e diminuição de produção. Com a reabertura do comércio, no mês de junho, tivemos a sinalização de retomada significativa da demanda interna, acima da expectativa, com um incremento de mais de 60% das vendas domésticas em relação ao mês anterior. Movimento este, que ocorreu em julho e vem crescendo diariamente, ou seja, houve uma explosão de consumo, a qual achamos que se deve em função de toda a demanda reprimida por conta da Pandemia e suas restrições.
No entanto, as indústrias de painéis, bem como a indústria de móveis, seguem trabalhando para o reequilíbrio da oferta e demanda com um olhar atento para a equalização dos estoques em todos os elos da cadeia produtiva. Em médio prazo deveremos ter uma estabilização, o que permitirá traçar um horizonte mais próximo da normalidade e regularização das questões ora enfrentadas. Durante o acirramento da pandemia, tanto as indústrias moveleiras, como fornecedoras, buscaram outras possibilidades de mercado, para conseguir equilibrar seus custos, como o mercado internacional, porém, os valores não são significativos, se comparados ao mesmo período do ano passado, a ponto de causar distorção no suprimento do mercado doméstico. Comparando-se o volume consolidado (MDF+MDP+HB) exportado entre os meses de janeiro a julho deste ano com o volume do mesmo período de 2019, pode-se observar que não houve incremento.
Por fim, vale mencionar que as duas entidades, estão trabalhando na busca por soluções, mantendo um trabalho intersetorial intenso com vistas ao fortalecimento da cadeia produtiva e à valorização do móvel brasileiro, pois somos elos da mesma cadeia produtiva. Esperamos que toda esta questão estrutural, que hora estamos enfrentando, seja regularizada o mais rápido possível, com união, equilíbrio e buscas por soluções e oportunidades para todos, pois a equação não é fácil e exigirá tempo e grandes esforços de todos, para que tudo volte à normalidade.
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