Na última quarta-feira (24), o presidente Jair Bolsonaro levou pessoalmente o projeto de lei que trata da privatização da estatal à Câmara dos Deputados, resgatando o tema.
O modelo ideal de privatização ainda está sob estudo, mas há três possibilidades: vender a empresa inteira, separar por tipo de serviço ou por regiões. O projeto também prevê a transformação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) em Agência Reguladora dos serviços postais, absorvendo a fiscalização das atividades.
O fato é que a atividade dos Correios mudou e o próprio modelo de negócios mudou muito. Hoje, é muito mais relevante a postagem de mercadorias, encomendas, do que o próprio modelo de correspondência. No entanto, esse monopólio se mantém, isso cria um conflito. Existem várias empresas que trabalham com entrega e discutem na Justiça se podem ou não executar.
Com a transformação dessas atividades, impulsionadas pelo desenvolvimento do comércio eletrônico, a qualidade do serviço passou a ser mais questionada. Há uma expectativa de melhora do serviço.
Ademais ,a possibilidade de entrar companhias privadas para concorrer de forma equitativa com os Correios traz a possibilidade de redução do custo e, consequentemente, redução do preço do serviço.
Hoje, 95% da população brasileira tem acesso aos Correios. De acordo com a secretária do Programa de Parcerias de Investimento (PPI), Martha Seillier, em qualquer alternativa de desestatização adotada pelo governo não haverá desatendimento de cidades. A ideia, segundo ela, é trabalhar com o modelo "filé com osso": quem levar municípios mais rentáveis também terá que atender os que não dão lucro.
A estatal acumulou prejuízo de R$ 3,943 bilhões entre 2013 e 2016, mas desde 2017 vem registrando resultados positivos nos balanços anuais. Boa parte do passivo da estatal se deve aos planos de Previdência, o Postalis, e saúde, o CorreioSaúde, dos funcionários. Ambos já foram alvo de denúncias de corrupção. O Postalis acumula quatro operações da Polícia Federal: Positus, Greenfield, Pausare e Rizoma que investigaram fraudes na gestão dos recursos.
Em 2019 (último dado disponível), os Correios tiveram receita bruta de R$ 19,1 bilhões. A maior parte do faturamento vem de quatro serviços: o Sedex, PAC (encomendas), o FAC (serviço para empresas que postam grande volume de cartas) e o envio de carta.
A empresa fechou 2019 com 99.443 funcionários. São 11.124 unidades de atendimento, sendo 6.071 agências próprias e 5.053 terceirizadas.
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