Votação no Senado ficou longe da baixaria que foi na Câmara

Impressionou o silêncio do plenário do Senado Federal nesta quarta, quando do discurso do ex-presidente Fernando Collor de Melo. Com uma lista de 70 inscritos para falar, o desejo de todos era abreviar a sessão. Havia um desejo geral de uma solução para que os 70 discursos fossem evitados. Mas enquanto cada Senador falava o que se via era desatenção, conversas paralelas, parlamentares ao telefone e pouco silêncio. Quando Collor começou a falar, o cenário mudou. Por uma dessas oportunidades que só a política brasileira proporciona à história, Collor, removido da Presidência da República por um impeachment, votou no impeachment de sua quarta sucessora. Foi o único orador realmente respeitado por seus pares e pela audiência. Collor foi ouvido com aquele tipo de respeito que só se concede no parlamento a pessoas em episódios dramáticos. Foi um respeito impessoal, pois Collor não é amigo dos outros senadores: ganhou essa deferência por falar ali como protagonista de um episódio triste. Citou Rui Barbosa, o mesmo trecho que foi citado em seu impeachment. Comparou os dois processos e passou a criticar Dilma, ao citar inclusive os avisos que disse ter dado à presidente sobre sua resistência a lidar com o Congresso e os problemas na economia. “A autossuficiência se sobrepujava à razão”, disse. A votação no Senado foi de longe mais ordeira, de maior nível, de mais capacidade intelectual, de melhor representatividade política. O nível do parlamento na Câmara dos Deputados é de chorar. Não que no Senado seja um primor, mas pelo menos estamos melhor representados na oratória e na postura.
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Milan Tomic

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