Reportagem publicada na edição desta sexta, do Estado de São Paulo relata bem a dificuldade que os municípios têm em manter o atendimento tão necessário à população na área da saúde. Fazer obra é fácil, o difícil é manter o custeio. Mandar dinheiro para a obra é o de menos, mas e depois? Como manter as unidades funcionando? De acordo com a reportagem o país tem 1.158 novas unidades do SUS que nunca foram abertas; custo foi de R$ 1 bi. Há no Brasil, por exemplo, 538 UPAs (prontos-socorros públicos) em funcionamento e 165 construídas, mas fechadas; A principal dificuldade é custeio do serviço. Gestão é municipal, mas recursos vêm da União, do governo estadual e da prefeitura, e aí está o problema. O governo do estado e a União atrasam repasses e as prefeituras não tem como manter tudo funcionando com recursos próprios.
Na época do anúncio dos investimentos pelo governo federal, a partir de 2008, o ministério determinou que a verba fosse exclusiva para a construção de unidades novas. Os prefeitos não tinham a opção de utilizar esse recurso com algo considerado mais urgente na saúde, como a ampliação de uma unidade já existente. Então foram construídas várias UPAs e UBSs, algumas em cidades que nem precisavam, outras onde a prefeitura nem tinha dinheiro para custeá-las. O caso das mais de mil unidades de saúde prontas, mas fechadas é, apenas um dos exemplos de como o governo do PT esteve distante das necessidades locais. Os repasses federais para os gestores locais já tem finalidade preestabelecida pelo ministério, uma decisão que nem sempre está de acordo com a realidade e que acaba por engessar a atuação dos municípios.
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