“Se estivéssemos diante da mesma doença, com o mesmo conhecimento que temos hoje, acho que a nossa resposta seria alguma coisa entre o que a Suécia fez e o que o resto do mundo fez”, disse o epidemiologista Anders Tegnell, em entrevista a uma rádio sueca.
Desde o início da pandemia, a Suécia adotou uma estratégia mais suave do que a maioria dos países europeus para conter o vírus, apelando para a responsabilidade individual de proteger grupos de risco e com poucas restrições de movimentação aos cidadãos.
Faculdades e universidades foram, de fato, fechadas, visitas a lares de idosos foram proibidas, assim como eventos com mais de 50 pessoas. Mas creches, escolas, restaurantes e comércio continuaram abertos, o que acabou mudando pouco a rotina dos suecos.
A abordagem mais relaxada para conter o vírus vinha recebendo críticas no país. Em abril, por exemplo, um grupo de 22 cientistas das mais renomadas universidades do país publicou uma carta repudiando a estratégia do governo do primeiro-ministro Stefan Löfven (social-democrata) e cobrando restrições mais duras de movimento.
O caso sueco chegou a ser citado como exemplo contra o confinamento obrigatório. Mas os números sugerem uma estratégia problemática por parte da Suécia.
Segundo dados compilados pela Universidade Johns Hopkins, a Suécia era, até ontem, o quinto país do mundo em mortes para cada 100 mil habitantes (43,3). O país ainda está abaixo de outros europeus mais atingidos pela pandemia, como Espanha (58,1), Reino Unido (58,9) e Itália (55,4).
Porém, com mais de 4.400 mortos, a taxa na Suécia supera de longe as das vizinhas Dinamarca (9,9), Finlândia (5,8) e Noruega (4,4), que impuseram bloqueios muito mais duros no início da pandemia.
Se a propagação do vírus não for controlada na Suécia, teme-se, por exemplo, que os vizinhos europeus restrinjam a entrada de cidadãos do país.
(Fonte: Poder360).
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