A demora e a relutância dos bancos em se habilitarem no programa emperra a concessão dos R$ 15,9 bilhões em crédito previstos pelo governo federal. O Pronampe foi pensado para socorrer 4,6 milhões de empresas com faturamento anual de até R$ 4,8 milhões.
O relatório do programa aponta que 16 mil empresas, sendo 80% delas micro, foram beneficiadas até o dia 2 de julho (último dado disponível), ou seja, mais de duas semanas após o lançamento do socorro. O total de empréstimos soma R$ 1,07 bilhão, sendo que 99,5% foram concedidos pela Caixa Econômica Federal e o restante pelo Banco do Brasil.
Na última segunda-feira (29), o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou em reunião com 50 empresários que o risco de capital tem dificultado a chegada do Pronampe aos bancos privados e que o governo deve editar uma medida provisória nos próximos dias para resolver o problema. “Vamos fazer o máximo possível para que os bancos privados participem do Pronampe”, declarou.
Campos explicou também que, por meio da tecnologia, os bancos observam cada vez mais de perto o comportamento dos empresários e que a crise está dificultando o acesso ao crédito. “Muitas empresas acabaram deixando de pagar um fornecedor ou uma conta de luz e agora, com os novos modelos [de comportamento], os bancos acabam observando isso também", disse Campos.
O presidente do BC defendeu que, além das grandes instituições, bancos pequenos e cooperativas sejam incluídos para operar o programa de crédito porque sabem melhor o que está acontecendo com as empresas.
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