O relator do pacote anticorrupção, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), foi vaiado pelos deputados quando pediu "respeito" ao relatório aprovado pela comissão especial. Em seu discurso, ele fez um apelo para que a matéria fosse votada somente na próxima semana para que os parlamentares pudessem estudar melhor o texto. Descontentes com o texto aprovado, líderes da Câmara articulam até mesmo a possibilidade de derrubar o texto no plenário. Eles reclamam que Onyx levou à votação um texto diferente do que o acordado com as bancadas. O pano de fundo, porém, é a tentativa de aprovar medidas que beneficiem a classe política, como a anistia à prática do caixa 2. Isso mostra o tamanho do absurdo que se observou na Câmara: os parlamentares quiseram deixar a impunidade escancarada, escrita na lei. É a própria negação de tudo o que representam as Dez Medidas, de tudo o que a sociedade brasileira espera, de tudo em que consiste a democracia.
Uma atitude movida temor das delações dos donos da Odebrecht. Quase 80 executivos da empreiteira, inclusive seus donos, Emílio e Marcelo Odebrecht, contarão tudo o que sabem em delação premiada. E eles sabem muito, a ponto de a colaboração ter sido apelidada de “delação do fim do mundo”. Centenas de políticos de alto escalão estariam na lista do departamento de propinas da empresa. A anistia ao caixa dois pode não salvar todos os envolvidos de todas as acusações, mas ajudaria a atenuar os possíveis efeitos da delação.
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