Em depoimento ao juiz Sérgio Moro, Marcelo Odebrecht, ex-presidente do Grupo Odebrecht, confirmou que o ex-presidente Lula é o “amigo” registrado na planilha de propinas da empreiteira. Segundo ele, R$ 13 milhões em espécie sacados entre 2012 e 2013 por Branislav Kontic, ex-assessor de Antonio Palocci, foram entregues a Lula, que nega. Não é surpresa Lula negar. A delação do número 1 da Odebrecht confirmando que deu dinheiro vivo à Lula complica muito o argumento de que ele não sabe de nada. O ex-ministro Guido Mantega, que sucedeu Palocci no Ministério da Fazenda, também teria passado a ser responsável pela movimentação de recursos para o PT, tendo sido batizado com o codinome de “Pós-italiano” ou “Pós-itália”. O empresário confirmou todos os repasses anotados na planilha do Setor de Operações Estruturadas, que ficou conhecido como departamento de propinas. O empreiteiro afirmou que as duas versões de planilhas do Setor de Operações Estruturadas, que registram repasses da empresa ao PT, são verídicas. A primeira, datada de 31 de junho de 2012, traz a informação de que havia R$ 23 milhões à disposição de Lula, identificado pelo codinome “Amigo”. A segunda, de 31 de março de 2014, aponta um saldo de R$ 10 milhões para o mesmo destinatário. Trata-se de maior delação obtida até o momento pela Lava Jato. E é a mais importante de todas as outras 70 delações. Marcelo deu todo o esquema e contou tudo, do início ao fim, como funcionava o esquema do petrolão.
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