A CERAN- Companhia Energética do Rio das Antas, é uma empresa sem acesso, sem comunicação, pouco transparente e alheia ao compromisso social que qualquer organização deve ter.
Muito além do sofrimento dos atingidos pelo desastre, reside a atitude assertiva de exigir que se atue com a máxima urgência sobre a causa motriz da piora na frequência e na gravidade dos eventos climáticos extremos.
Em três anos duas enormes cheias do Rio das Antas trouxeram prejuízos. Mudanças climáticas, sabidamente causadas pela ação humana? Será só isso? E o rio? O que fizeram com o rio?
Sim, a chegada do El Niño, confirmada em junho pela comunidade científica, é um fenômeno genuinamente natural, mas foi ele o único responsável por tanta água?
Chuva em grande quantidade sim, mas com tanta força destruidora? É inexplicável para a compreensão popular.
Essas são algumas das inevitáveis perguntas que começaram a ser feitas logo após a consumação da tragédia.
Não é possível aceitar tudo calado. Ter que reconstruir tudo sem se dar a atenção que o fenômeno merece. Não é possível simplesmente contar vidas perdidas. Não é simplesmente doar alimentos, agasalhos, móveis e utensílios. Dar financiamento, máquinas e abrigo.
É preciso mais do que isso. É preciso buscar soluções, proteger de novas tragédias e identificar responsáveis. Se é que há.
Só uma sociedade comovida pode buscar soluções.
A dor provocada por tragédias como a ocorrida nestes dias, de fato, sacode a sociedade e é preciso aproveitar o momento para ir além do desastre natural.
Confira as peguntas que a Prefeitura encaminhou para a CERAN:
Havia monitoramento prévio do nível dos rios do Complexo Energético Rio das Antas (Usinas UHE Castro Alves, UHE Monte Claro, UHE 14 de Julho)?
Qual foi o primeiro alerta emitido às populações ribeirinhas?
Qual foi o horário que emitiram o alerta de evacuação destas populações?
Qual era o nível do Rio das Antas nos dias 02, 03, 04 e 05 de setembro?
Houve fechamento e/ou abertura de comportas?
Quais medidas a CERAN adotou para evitar ou atenuar possível sobrecarga no volume de água nas bacias dos Rio das Antas e Rio Taquari?
No momento em que ocorreu a abertura das comportas das barragens houve algum procedimento de evacuação das áreas sob risco?
A CERAN emitiu algum comunicado aos órgãos oficiais dos municípios que integram o Complexo Energético Rio das Antas, bem como aos municípios do Vale do Taquari referente aos riscos de grave inundações?
Há algum plano de contingência e de evacuação da CERAN em casos de desastres como o ocorrido e como se dá essa comunicação aos órgãos oficiais?
Existe encaminhamento de planos de ação e emergência a serem enviados aos órgãos oficiais e prefeituras envolvidas, além de estratégias de comunicação e alerta às comunidades potencialmente afetadas?
Quais as inspeções de segurança são realizadas nas três barragens do Complexo Energético Rio das Antas e quais as suas periodicidades?
Existe algum plano de prestar assistência às vítimas do desastre ocorrido?
Existem inspeções e relatórios de revisão periódica de segurança das barragens das três usinas do Complexo Energético Rio das Antas?
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