Prefeitura de Bento questiona CERAN sobre as barragens.

Acerta o prefeito de Bento Gonçalves, Diogo Segabinazzi Siqueira, ao reunir em um documento o que muitas vítimas e outros prefeitos questionam.

A CERAN- Companhia Energética do Rio das Antas, é uma empresa sem acesso, sem comunicação, pouco transparente e alheia ao compromisso social que qualquer organização deve ter.

Muito além do sofrimento dos atingidos pelo desastre, reside a atitude assertiva de exigir que se atue com a máxima urgência sobre a causa motriz da piora na frequência e na gravidade dos eventos climáticos extremos.

Em três anos duas enormes cheias do Rio das Antas trouxeram prejuízos. Mudanças climáticas, sabidamente causadas pela ação humana? Será só isso? E o rio? O que fizeram com o rio?

Sim, a chegada do El Niño, confirmada em junho pela comunidade científica, é um fenômeno genuinamente natural, mas foi ele o único responsável por tanta água?

Chuva em grande quantidade sim, mas com tanta força destruidora? É inexplicável para a compreensão popular.

Essas são algumas das inevitáveis perguntas que começaram a ser feitas logo após a consumação da tragédia.

Não é possível aceitar tudo calado. Ter que reconstruir tudo sem se dar a atenção que o fenômeno merece. Não é possível simplesmente contar vidas perdidas. Não é simplesmente doar alimentos, agasalhos, móveis e utensílios. Dar financiamento, máquinas e abrigo.

É preciso mais do que isso. É preciso buscar soluções, proteger de novas tragédias e identificar responsáveis. Se é que há.

Só uma sociedade comovida pode buscar soluções.

A dor provocada por tragédias como a ocorrida nestes dias, de fato, sacode a sociedade e é preciso aproveitar o momento para ir além do desastre natural.


Confira as peguntas que a Prefeitura encaminhou para a CERAN:

Havia monitoramento prévio do nível dos rios do Complexo Energético Rio das Antas (Usinas UHE Castro Alves, UHE Monte Claro, UHE 14 de Julho)?

Qual foi o primeiro alerta emitido às populações ribeirinhas?

Qual foi o horário que emitiram o alerta de evacuação destas populações?

Qual era o nível do Rio das Antas nos dias 02, 03, 04 e 05 de setembro?

Houve fechamento e/ou abertura de comportas?

Quais medidas a CERAN adotou para evitar ou atenuar possível sobrecarga no volume de água nas bacias dos Rio das Antas e Rio Taquari?

No momento em que ocorreu a abertura das comportas das barragens houve algum procedimento de evacuação das áreas sob risco?

A CERAN emitiu algum comunicado aos órgãos oficiais dos municípios que integram o Complexo Energético Rio das Antas, bem como aos municípios do Vale do Taquari referente aos riscos de grave inundações?

Há algum plano de contingência e de evacuação da CERAN em casos de desastres como o ocorrido e como se dá essa comunicação aos órgãos oficiais?

Existe encaminhamento de planos de ação e emergência a serem enviados aos órgãos oficiais e prefeituras envolvidas, além de estratégias de comunicação e alerta às comunidades potencialmente afetadas?

Quais as inspeções de segurança são realizadas nas três barragens do Complexo Energético Rio das Antas e quais as suas periodicidades?

Existe algum plano de prestar assistência às vítimas do desastre ocorrido?

Existem inspeções e relatórios de revisão periódica de segurança das barragens das três usinas do Complexo Energético Rio das Antas?






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Milan Tomic

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